EXAME: VOCÊ RH – Seis dicas para Melhorar a Qualidade de Vida do Colaborador

Levantamento realizado recentemente pela plataforma Love Mondays revelou que a qualidade de vida está entre os três principais indicadores de satisfação dos funcionários brasileiros no ambiente de trabalho, ficando atrás apenas de remuneração e benefícios, em primeiro lugar, e das oportunidades de carreira, na segunda posição. Não à toa, as empresas estão cada vez mais preocupadas em proporcionar uma melhora na qualidade de vida dos colaboradores.

Não é apenas o funcionário quem ganha quando a empresa investe em bem-estar. O indicador está diretamente relacionado à produtividade. É o que diz o relatório Tendências Globais de Capital Humano de 2018, realizado pela consultoria Deloitte. Para 61% dos 11 000 líderes de RH e de negócios de empresas em 30 países entrevistados, programas focados na melhoria da qualidade de vida impulsionam não só o desempenho dos colaboradores, mas também os resultados financeiros dos negócios.

“O bem mais precioso que as companhias possuem são os colaboradores. Investir financeiramente neles trará retornos ao negócio a curto, médio e longo prazo”, afirma Camila Pontes, gerente de relacionamento da D’Or Consultoria, especializada em seguros e benefícios. Guilherme Ramos, COO da startup de recursos humanos Peoplenect, concorda: “Pessoas mais engajadas, que vivem dentro de um ambiente de trabalho positivo, tendem a apresentar uma melhor performance”. E a imagem positiva gerada por essas iniciativas pode até mesmo tornar a empresa desejada pelos profissionais e atrair novos talentos.

Mas como proporcionar qualidade de vida aos colaboradores? “As empresas têm que ser mais flexíveis em suas políticas – remuneração, benefícios e até jornadas de trabalho – para atender a diferentes perfis de funcionários”, afirma Carlos Alberto de Deus, diretor global de RH para supply chain da AB InBev. Camila complementa: “Isso é possível a partir de um olhar mais social, humano, de cuidado e sensibilidade, que promove ambientes favoráveis e condições mais coerentes para o acolhimento e valorização de seus recursos pessoais”, diz. Por isso, várias estratégias de recursos humanos podem ajudar o seu negócio. Veja, a seguir, algumas opções que vão ao encontro desse objetivo.


1 - Capacitar lideranças

Mais do que oferecer um plano de carreira, é importante capacitar os profissionais técnicos quando estes alcançam cargos gerenciais. Caso contrário, a pessoa pode demonstrar falta de habilidade ao exercer sua nova função e desmotivar a equipe, o que vai diminuir a produtividade e ainda influenciar na qualidade de vida. “Para além dos aspectos comportamentais, capacitar a liderança inclui ensinar a gerir expectativas, saber ouvir o colaborador, auxiliar na evolução profissional e respeitar a diversidade. Tudo isso ajuda a empresa a proporcionar uma melhor experiência profissional”, afirma Ramos, da Peoplenect.

Para o executivo da AB InBev, uma boa forma de capacitar um profissional recém-promovido é designar a ele um mentor, um líder já comprovadamente eficaz na função. Essa figura pode trocar experiências ou orientar o que fazer em certas situações. Outro ponto importante é não promover um colaborador a líder somente pelo bom desempenho em suas tarefas. Caso ele não tenha as habilidades ou o desejo de se tornar líder, é melhor estruturar um plano de carreira focado em cargos técnicos do que promovê-lo a gestor.

2 - Investir na saúde financeira

A inadimplência é um dos principais fatores que prejudicam a atividade profissional. Segundo estudo da Unicamp e do Instituto Axxus para a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), 96% dos profissionais de RH acreditam que os colaboradores com mais dificuldades em administrar suas próprias finanças são menos produtivos.

Por isso, as empresas estão cada vez mais preocupadas em oferecer soluções para seus funcionários administrarem suas finanças. É o caso do Grupo HBW, rede de concessionárias das marcas Honda e Volkswagen. A empresa oferece crédito consignado há mais de nove anos. Nessa modalidade, o colaborador pode colocar o salário como garantia para conseguir condições melhores e prazos maiores para pagar suas dívidas.

De olho na alta busca dos empregados por esse crédito e nas vantagens proporcionadas pelas fintechs, que oferecem processos mais ágeis e taxas mais saudáveis, o Grupo HBW trocou a parceria com um banco tradicional pela Creditas, principal plataforma de empréstimo com garantia online no Brasil. “A proposta de crédito consignado tem um valor de mercado interessante, com juros mais baixos que os aplicados pelos bancos. Isso nos atraiu a oferecer aos funcionários o produto da Creditas”, explica Roberta Braga, gerente de recursos humanos do grupo.

“Foi quando os colaboradores perceberam que poderiam trocar dívidas caras, como cheque especial ou rotativo de cartão de crédito, por um empréstimo consignado, com juros baixos”, afirma Roberta. O valor da parcela é descontado na folha de pagamento, o que simplifica a vida do funcionário e as rotinas. “Com essa nova parceria, percebemos que houve uma melhora na qualidade de vida das pessoas que puderam pagar suas dívidas com mais tranquilidade”, diz. Para ela, além de ajudar o funcionário a ter uma segurança financeira, isso permitiu que a empresa aumentasse a produtividade das equipes e, por consequência, alcançasse melhores resultados nos serviços prestados. “Ou seja, ganham os dois lados”, finaliza.

3 - Dar feedback

Todo profissional deseja crescer na carreira. E o feedback contínuo é uma das melhores ferramentas para ajudar o colaborador a se desenvolver. É uma oportunidade de sinalizar se ele está no caminho certo ou não, ressaltar suas virtudes e indicar em quais pontos ele precisa melhorar. “Sem dúvida, a prática de feedback constante ajuda o profissional a desenvolver as habilidades necessárias para executar adequadamente suas funções, seja individualmente ou em equipe”, diz Ramos. Tudo isso faz com que o profissional também se sinta bem orientado e seguro, melhore sua autoestima e tenha segurança no que faz. “É um momento mais do que importante para fortalecer as relações entre líderes e equipes”, afirma Camila, da D’Or Consultoria.

4 - Reconhecer o bom trabalho

Todo mundo gosta de receber elogios ou ser parabenizado por uma tarefa bem executada. “Além de o profissional se sentir valorizado, é um instrumento de incentivo para que os outros colaboradores entendam o que é importante dentro da cultura da empresa”, explica Ramos. Porém, muitas vezes, os gestores costumam criticar em público e raramente ressaltar um trabalho bem feito. “Fácil de ser compreendido, mas nem sempre bem executado, é o jargão: elogie em público e repreenda em particular”, justifica. “Auxilie na correção de eventuais desvios de rota e esteja sempre atento aos gaps de conhecimento que, uma vez identificados, podem fazer parte de um plano de desenvolvimento profissional”, conclui.

5 - Abrir um espaço para o diálogo

Muitas vezes, os funcionários sentem que não são ouvidos pela empresa. Porém, mais importante do que escutar o que eles têm a dizer é manter um diálogo aberto, seja sobre produtos do negócio, concorrência e até mesmo mudanças nos programas da companhia. “Isso permite que os colaboradores se sintam respeitados e percebidos, reforçando valores como altruísmo e a diversidade das opiniões”, afirma Camila, da D’Or Consultoria.

Além disso, é sempre válido entender deles como aumentar o nível de engajamento, o sentimento de pertencimento e a própria qualidade de vida da equipe. “O canal tem que estar sempre aberto para que, mesmo quando a sugestão não for aprovada, o colaborador entenda o porquê e qual caminho a empresa achou melhor seguir”, afirma Carlos Alberto de Deus.

6 - Melhorar as condições de trabalho

Propiciar um espaço mais confortável com ajuda de mobiliário, conforto térmico, acústica e iluminação adequados também pode ajudar. “O ambiente de trabalho é a base de tudo”, explica o executivo da AB InBev. “Isso é importante especialmente ao pensar em espaços que favorecem a colaboração, integração. Cada vez mais, vamos passando do modelo de escritório com portas fechadas para outro, com espaços abertos e mais colaborativos”, finaliza.

Fonte: EXAME

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